As Favelas de Macapá: um retrato da realidade que muitos desconhecem

“Sim, Macapá tem favelas, e muitas! E isto não é uma opinião, mas um dado concreto. O curioso? Uma parte significativa da população da capital vive nessas áreas sem sequer

O que é Favela, Afinal?

De acordo com o IBGE, favelas são ocupações urbanas marcadas pela insegurança na posse do terreno, serviços públicos precários e ausência de organização em ruas, calçadas e lotes. Já a ONU-Habitat define como áreas degradadas, com moradias frágeis, miséria e falta de garantia de propriedade. O ponto comum entre essas definições? A precariedade: ausência de infraestrutura básica, serviços essenciais e, muitas vezes, o estigma que recai sobre comunidades vulneráveis, frequentemente afetadas por altos índices de violência, desemprego e doenças.

Bairro Cidade Nova / Google Earth

Os Números que não mentem

Para simplificar a complexidade desses termos – aglomerados subnormais, assentamentos precários, palafitas ou ressacas – o IBGE adota o termo “favela” como universal. Segundo o IBGE, Macapá tem 83 áreas categorizadas pelo instituto como “favelas”. Essas áreas abrigam 25% dos domicílios e 28% da população do município, o que equivale a cerca de 123 mil pessoas. Em Santana, o cenário é semelhante: 25 favelas, com 27% dos domicílios e 29% da população, ou seja, 31 mil pessoas. E isso, vale lembrar, apenas na Região Metropolitana.

A Geografia da Exclusão

A maioria dessas comunidades se concentra em áreas de ressacas da zona sul da capital, embora muitas vezes romantizadas como parte “natural” do “estilo de vida amazônico”, escancaram a ausência crônica de políticas públicas para habitação. O problema vai além das áreas alagadas. Nos últimos anos, surgiram também ocupações em terra firme, mais próximos da imagem clássica de favelas. Isso mostra que os programas habitacionais lançados na última década não conseguiram resolver o déficit habitacional. Em Macapá, a ausência de um plano municipal de habitação e a falta de entrega de moradias populares pelo município nos últimos quatro anos
agravam ainda mais o problema.

Bairro Universidade / Google Earth

Romantismo ou Negligência?


As palafitas urbanas, diferentemente das ribeirinhas, refletem mais do que um traço cultural: são o resultado de especulação imobiliária, falta de acesso à terra urbana e
negligência governamental. Reconhecer essas áreas como favelas é o primeiro passo para entender que, por trás de cenários que parecem pitorescos, existe a luta diária de milhares de pessoas por dignidade básica. Macapá precisa encarar essa realidade sem filtros. É hora de discutir soluções que priorizem quem mais precisa. Abaixo o link para o panorama do Censo 2022 e as áreas classificadas como favelas em Macapá, confira se tu moras em alguma delas:

https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/mapas.html?recorte=N170&tema=pop_em
_favelas&localidade=1600303

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