Brasília pode ceder lugar a Belém como capital do Brasil durante a COP 30

Transferência simbólica da capital para Belém na COP 30 reforça Amazônia e posição do Brasil na agenda climática global.

Em um movimento simbólico, mas carregado de significado, a capital do Brasil pode ser temporariamente transferida de Brasília para Belém durante a realização da COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá na capital paraense em novembro de 2025. A proposta, que já está em discussão, prevê que o governo federal, o Congresso Nacional e até o Supremo Tribunal Federal (STF) mudem suas sedes para Belém durante o período do evento. 

A iniciativa, que precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem como objetivo reforçar a importância da Amazônia no cenário global das discussões ambientais. De acordo com o projeto de lei, todas as decisões governamentais assinadas durante a COP 30 seriam emitidas em Belém, em vez de Brasília, marcando um momento histórico para a região Norte do país. 

A deputada Duda Salabert, autora da proposta, destaca que a medida visa fortalecer o papel do Brasil como protagonista nas negociações climáticas internacionais.

“A transferência temporária da capital para Belém durante a COP 30 não só evidencia a relevância da Amazônia na agenda ambiental global, mas também facilita a interlocução entre as autoridades brasileiras e as delegações estrangeiras. Além disso, a iniciativa pode impulsionar o desenvolvimento local e destacar a importância estratégica do bioma amazônico”, afirmou a parlamentar.

Um precedente histórico 

A ideia de transferir temporariamente a capital do Brasil não é inédita. Em 1992, durante a ECO 92 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro –, a capital federal foi simbolicamente deslocada para a cidade carioca. O movimento foi visto como uma forma de dar maior visibilidade ao evento e às discussões ambientais da época. 

Agora, mais de três décadas depois, a proposta de levar a capital para Belém durante a COP 30 ressurge em um contexto de crescente preocupação com as mudanças climáticas e a preservação da Amazônia. A escolha de Belém como sede do evento já havia sido comemorada como uma vitória para a região Norte, que ganha destaque no cenário internacional. 

Apesar de simbólica, a transferência exigiria uma logística complexa, envolvendo a realocação de parte da estrutura governamental para Belém. O Poder Executivo seria responsável por organizar a mudança, garantindo que as atividades do governo federal continuem funcionando sem interrupções durante o período. 

Além dos aspectos práticos, a proposta também gera expectativas em relação aos impactos econômicos e sociais para Belém e seu entorno. A cidade, que já está se preparando para receber delegações de todo o mundo, pode experimentar um aumento no fluxo de investimentos e na geração de empregos, além de ganhar visibilidade internacional como um polo de discussões sobre sustentabilidade e meio ambiente. 

O futuro da proposta

Agora, o projeto de lei depende da aprovação do Congresso Nacional e da sanção presidencial para se tornar realidade. Caso aprovada, a medida marcará um capítulo importante na história do Brasil, reforçando o compromisso do país com a agenda ambiental global e destacando a Amazônia como peça central nas discussões sobre o futuro do planeta. 

Enquanto isso, Belém se prepara para receber o mundo em 2025, com a expectativa de que a COP 30 seja não apenas um marco nas negociações climáticas, mas também um momento de transformação para a região Norte e para o Brasil como um todo.

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